28/09/2016 – O mercado de combustíveis no Brasil é confiável, graças à responsabilidade da maioria dos empresários que atua nele, à ação fiscalizatória da ANP, do INMETRO, de autoridades policiais e de tantas outras ações do poder público. Mas, aqui e ali, ainda há empreendendores irresponsáveis, que insistem em malandragens para obter ganhos fáceis, prejudiciais aos consumidores e à imagem do negócio com combustíveis. Numa tentativa de auxiliar o consumidor e contribuir com o saneamento maior possível do mercado, a ES PETRO republica o artigo do site MOTORSHOW, assinado por Douglas Mendonça, com dicas interessantes. Boa leitura

“Você certamente já ouviu, ao longo de sua vida, muitas histórias sobre combustíveis adulterados e suas consequências. Mas as fraudes vão muito além das adulterações. As artimanhas utilizadas nos postos de serviço são tantas que o simples ato de abastecer o carro deve transformar-se em algo de muita atenção e perspicácia por parte do motorista. Fique muito atento!

Nos postos, frentistas desonestos podem desde desviar uma parte do combustíveis do tanque do seu carro ou até ficar na frente da bomba para que você não veja qual a quantidade de dinheiro que ele colocou. Comigo mesmo, nos últimos tempos, foram dois episódios.

No primeiro, estava com uma Volkswagen Saveiro pertencente à frota de testes da montadora. O indicador do painel marcava um pouco mais de um quarto de combustível e, como era uma sexta-feira, resolvi encher o tanque. Parei em um posto que tinha preço bem atraente — e muito abaixo da media do mercado — para o etanol. Só isso já deveria ter sido motivo para desconfiança, mas mesmo assim decidi arriscar.

Qual não foi minha surpresa ao ver que, depois de abastecido, a bomba indicava que no tanque havia entrado 53,6 litros de etanol. Ou seja: teoricamente, haveria apenas 1,6 litro de combustível no tanque quando parei para abastecer. Se o marcador indicava um pouco a mais de um quarto, o tanque deveria, no máximo, comportar 38 litros.

Esse é um golpe comum, em que postos desonestos “turbinam” a bomba fazendo com que ela marque uma quantidade de litros e dinheiro desproporcionais ao volume que entrou no tanque. Segundo a Agencia Nacional do Petróleo (ANP) esse é um golpe que só é possível de ser descoberto quando técnicos do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) ou o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) fazem um exame minucioso na bomba que está sendo examinada.

E acreditem: um simples controle remoto é capaz de mudar o comando dentro da bomba e, como em um passe de mágica, a bomba volta a marcar corretamente. Um verdadeiro roubo á vista de todos.

No outro episódio a qual eu me referi, foi pedido ao frentista que colocasse R$ 70 de etanol. O carro estava parado de maneira que a bomba ficasse atrás do motorista que, para vê-la, precisava voltar a cabeça para trás. Ainda assim o frentista que abasteceu ficou em uma posição que impedia a visão da marcação da bomba.

Atento, o meu motorista percebeu que o frentista, ao invés dos R$ 70 pedidos, colocou apenas R$ 60 e, imediatamente, zerou a bomba após o abastecimento. Na hora de cobrar, o gerente cobrou os R$ 70 pedidos e não os R$ 60. Se o motorista não estivesse atento, os R$ 10 cobrados a mais provavelmente seriam divididos entre frentista e gerente. Imaginem 50 motoristas desatentos tomando este golpe para ter uma ideia do quanto não deve render aos desonestos profissionais.

Outro golpe comum é aplicado geralmente em quem, na hora do abastecimento, fica dentro do carro mexendo ou falando no celular ou conversando com pessoas dentro do carro. Perto do bocal do abastecimento do carro, o frentista puxa com o pé um reservatório, que pode ser um pequeno balde ou recipiente próprio de combustível e coloca nesse reservatório uma parte do combustível que deveria ir ao tanque do seu carro. Em seguida, ele retorna a pistola de abastecimento para o bocal do carro. Sem que você perceba, ele rouba uma parte do combustível que é você é quem vai pagar.

E qual é a grande dica para diminuir as chances de cair em um golpe? A primeira delas é não ter preguiça: toda vez que for abastecer, desça do carro e inspecione o que o frentista está fazendo e o que a bomba está marcando. Você que conhece o seu carro sabe, aproximadamente, quanto coloca de dinheiro ou em litros de combustível de acordo com o que o marcador aponta.

E se desconfiar de algo, grite! Se achar que entrou menos combustível do que você pagou, peça uma verificação de volume de bomba. O gerente do posto é obrigado a pegar um galão padrão de 20 litros indicado pela ANP e, na sua frente, colocar exatos 20 litros naquele recipiente padrão, a tolerância da ANP é de mais ou menos 100ml nos 20 litros, ou seja, é tolerado 20,1 litros ou 19,9 litros para a marcação da bomba de exatos 20 litros.

Em caso de desconfiança, lembre-se que eles são obrigados a fazer. Caso contrário chame a polícia. Lembre-se que a quantidade de dinheiro que gira nos abastecimentos, seja R$ 20, R$ 50 ou mais de R$ 100 reais, são quantidades altas de comércio e, por isso, exigem muita atenção do consumidor.

Mas se mesmo com essas dicas não você não conseguir escapar de um golpe, é possível fazer uma denúncia à ANP, por meio do telefone 0800 970 0267 ou pelo site www.anp.gov.br/faleconosco. Assim você consegue evitar que outras pessoas também sejam prejudicadas.”

Fraude com os combustíveis: identifique e saiba como agir

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