Dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP – mostram que o consumo nacional de combustíveis (gasolina, etanol, querosene de aviação e GLP, entre outros) teve uma queda acentuada em maio, de 10,9% na comparação com o abril último.

Por produto, o consumo de gasolina caiu 9,2%, cravando o pior desempenho para um mês de maio nos últimos oito anos, só perdendo para os números de maio de 2010. Já o consumo de diesel despencou 18,3%, entre maio e abril deste ano.

Efeito da greve dos caminhoneiros? Sim, na medida em que durante o movimento grevista, o desabastecimento foi generalizado e os consumidores tiveram que enfrentar longas filas para obter uns poucos litros de gasolina, etanol e diesel – quando conseguiam. As distribuidoras e os postos, por sua vez, sem produtos por vários dias, deixaram de faturar.

Mas a crise do mercado de combustíveis no Brasil tem outros componentes, tipo perda de poder aquisitivo do brasileiro, decorrente do enorme desemprego. Menor renda tem um impacto ainda maior com o aumento dos preços que “pegaram forte” a gasolina e o diesel. A política de preços praticada pela Petrobras, com reajustes quase diários, desde julho do ano passado, implicou em um aumento de 9,21% no preço da gasolina entregue pelas refinarias em maio último.

Igual cenário no Rio Grande do Sul

O mesmo desempenho “recessivo” se deu no Rio Grande do Sul, em algumas variáveis até mais negativo. O consumo de todos os combustíveis no Estado teve, em maio, uma queda de 19,8% frente a abril. As vendas de gasolina, especificamente, num total de 262,5 milhões de litros, caíram 9,1% na comparação com abril e 10,2% relativamente a maio do ano passado, quando foram comercializados 292 milhões de litros.

“Como os preços na revenda – a ponta da cadeia – aumentaram num ritmo menor que aqueles praticados nas refinarias da Petrobras e pelas Distribuidoras, devido à dificuldade do varejo em repassá-los ao consumidor final, estimamos que houve uma queda média de 6,7% no faturamento do seguimento de Postos de Combustíveis do Rio Grande do Sul. Foi a segunda queda seguida desta variável.” – estima Edson Silva, economista chefe da ES Petro.

O consumo do diesel teve um aqueda ainda mais acentuada, de 33,6%, entre maio e abril correntes: 232 milhões de litros ante 349 milhões respectivamente. O consumo só foi menor em maio de 2009, quando foram comercializados 225 milhões de litros.

O que está ruim, sempre pode piorar – assim ensina o dito popular, assim está acontecendo com o mercado de combustíveis pelo país afora. Intervenção atabalhoada do governo no mercado, política de preços dissonante da Petrobras, crise econômica e a sanha arrecadatória de governos estaduais estão tumultuando o que estava razoavelmente organizado. O ambiente é de incertezas e de prejuízos para os consumidores e para boa parte dos agentes econômicos que operam nesse mercado.

 

 

 

Despencou o consumo de combustíveis

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