Na semana em que a Petrobras anunciou ajustes na política de preços dos combustíveis entregues por suas refinarias, os preços médio da gasolina ao consumidor registraram, aumento de 1,8% no Brasil, de 1,4% no Rio Grande do Sul e de 2,8% em Porto Alegre, entre a semana passada (de 02 a 08/09) e a imediatamente anterior (de 26/08 a 01/09). Assim revela levantamento publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

A última alteração no preço da gasolina anunciada pela petroleira foi no dia 5, quando comunicou um aumento de 1,68%, totalizando 3,22% desde o início do mês.

Chama atenção a prática dos preços entre, de um lado, as distribuidoras (que retiram o derivado de petróleo nas refinarias, adiciona etanol anidro e entrega aos varejistas) e, de outro, os Postos de Combustíveis. Não há sinergia entre esses dois elos da cadeia do abastecimento de combustíveis, revelando muito desequilíbrio. De acordo com a ANP, os preços médios da gasolina entregue pelas distribuidoras aos Postos aumentaram 3,2% em Porto Alegre, já o preço médio pago pelos consumidores aumentou 2,8%.

“Os Postos não conseguem repassar plenamente o aumento de preços praticado pelas distribuidoras, certamente pelo menor poder aquisitivo dos consumidores, decorrente do desemprego e da maior informalidade do mercado de trabalho,” – avalia Edson Silva, economista-chefe da Consultoria ES Petro. Isso deve explicar a tendência de queda na margem bruta dos Postos apontada pelos números do levantamento da ANP. Na semana passada essa redução foi de 1,6%.

“O que ouço é que tem muitos empresários do setor em dificuldade para pagar as contas e ter um ganho com essa atividade. Vejo por mim.” – comenta um operador de Posto que prefere o anonimato. O fato é que já de algum tempo, o aumento da carga tributária, do ICMS em particular, e depois da política de preços da Petrobras, anunciada em julho do ano passado, a tendência do mercado de combustíveis tem sido para mais e mais desequilíbrios. Em julho passado – último dado anunciado pela ANP -, o consumo de gasolina no Brasil caiu 19,4% em relação ao mesmo mês do ano passado e 13% no Rio Grande do Sul. Na comparação entre julho e junho deste ano, a queda foi de 4,9% no consumo nacional de gasolina e de 7,3% no Rio Grande do Sul.

“Esse desequilíbrio em continuidade levará à maior concentração de mercado e a cada vez menor concorrência, o que , evidentemente, não é bom para o consumidor e um péssimo cenário para o micro e pequeno empresário do setor.” – adverte Edson Silva.

Preços dos combustíveis seguem aumentando

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