09/05/2023 – O consumo brasileiro de gasolina automotiva não esperou a economia mostrar maior dinamismo e cresceu significativamente no terceiro trimestre deste ano. Dados da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – revelam um consumo recorde, na comparação com todos os períodos similares. O último, de maior desempenho, se deu entre os mesmos períodos (janeiro e março) de 2017 e 2016, quando crescera 6,7%.
Todavia, no último trimestre do ano em curso, as vendas de gasolina no país cresceram 15,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2022 e 1,8% mais que o recorde anterior, o de 2017.
Bom lembrar que maior consumo deste ano desbancou os preços assustadores do ano passado. Em março último, o preço médio do litro de gasolina ao consumidor custou R$ 5,47 contra R$ 7,012 do mesmo mês de 2022, numa redução de 22%.
De lembrar ainda, que, nesse mesmo intervalo de tempo, entre janeiro e março do ano passado, a Petrobras anunciou aumento de 4,96% nos preços de suas refinarias e de 3,51% este ano.
Dinâmicas diferentes
Consumo de diesel reflete a dinâmica da economia, ao contrário do da gasolina que expressa as vendas às famílias. Segundo a mesma fonte da ANP, o recorde no consumo trimestral de diesel se deu ano passado, quando o consumo chegou a 15 bilhões de litros. Entre janeiro e março deste ano, no entanto, novo recorde, tendo as vendas nacionais do combustível crescido cerca de 1%. A queda nos preços ao consumidor, de 6,5%, entre março de 2022 e 2023, certamente impulsionaram as vendas do diesel.
No entanto, o impacto maior veio dos preços praticados pelas refinarias da Petrobras: enquanto no acumulado do primeiro trimestre do ano passado, a estatal impôs um aumento de 33,2% nos preços do diesel, no mesmo período do ano em curso, ao contrário, houve uma redução de 15,53%.
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Edson Silva é economista, com pós-graduação em Economia do Petróleo, pela COPPE/UFRJ, e ex-Superintendente de Abastecimento da ANP