Edson Silva (*)

Na segunda semana de vigência do reajuste de 8,1% nos preços da gasolina, anunciado pela Petrobrás no último dia 04, o preço médio do combustível para o consumidor apresentou aumento pelo Brasil afora, conforme levantamento que acaba de ser divulgado pela ANP. No RS, a média dos preços cravou em R$ 3,917, entre os dias 12 e 16, contra R$ 3,863 da semana anterior, num aumento de 1,4%. Já em Porto Alegre, a gasolina foi comprada em média por R$ 3,877, contabilizando um aumento de 0,8%, frente à semana passada, quando a gasolina custou em média R$ 3,845.

Entretanto, comparativamente com a média cobrada em janeiro, quando custou R$ 3,963, o preço da gasolina, em Porto Alegre, caiu 2,2% nesta semana de 12 a 16 de dezembro, contrariando a percepção geral de que os preços aumentam continuamente. Concorreu para esse resultado, a queda média na remuneração de 37% por litro obtida pelos postos no período. É certo, como se vê no gráfico, que essa margem tem flutuado; mas chama a atenção o sentido decrescente da curva e que, na semana de 11 a 17/12, ela bateu no seu mínimo do ano, ao contrário do que vem acontecendo com todos os custos contabilizados para operar os estabelecimentos. Bom para o consumidor, evidente, mas uma má notícia para os empreendedores, que não estão no mercado para fazer “caridade”, operando um negócio sem fins lucrativos.

Convém lembrar, que o índice que mede a inflação no Brasil – o IPCA – contabilizou um aumento de 0,18% em novembro, chegando a 5,97 no acumulado do ano.

grafico01-16122016Fonte: ANP

Esses números, tanto dos preços como da margem bruta do revendedor variam de município para município e estão associados ao comportamento do consumo e ao grau de competição que há neste ou naquele mercado. O consumo está em queda no RS – caiu 3,7% entre outubro último e outubro do ano passado, 1,5% entre outubro e setembro deste ano e 1,5% no acumulado deste ano até Outubro, segundo a ANP. Para Porto Alegre, principal mercado consumidor do Estado, esses números não são diferentes.

A situação pode sair desse contexto se há menor competição ou se ela é predatória, como é usual acontecer no mercado de combustíveis.

grafico02-16122016Fonte: ANP

Nesta semana, das 40 cidades alcançadas pelo levantamento de preços da ANP, 19 registram preços superiores a R$ 4,00, sendo que Bagé chegou a R$ 4,314 e a margem média bruta bateu nos R$ 0,814/litro.

Impacto maior para a inflação é o exercido pelo preço do diesel, insumo essencial para a movimentação de cargas e de máquinas agrícolas assim como para o transporte público. Seu preço também foi aumentado pela Petrobrás no último dia 04, da ordem de 9,5%. Para o consumidor final, os preços médios tiveram reajuste de 1,3% no Estado, passando de R$ 2,906 na semana de 04 a 10 deste mês de dezembro para R$ 2,945 na semana em curso, de 11 a 17. Comparativamente com o mês de janeiro, os preços médios aumentaram 0,2% e 2,1% respectivamente. Ainda assim, o preço médio da última semana não é o mais alto do ano até aqui, marca alcançada na semana de 08 a 14/05, quando custou, no Estado, R$ 2,980.

grafico03-16122016Fonte: ANP

 

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(*) Economista e Diretor da ES PETRO – ENERGIA PARA SEU NEGÓCIO

A Pirueta dos preços dos combustíveis

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