Em entrevista hoje, terça-feira, dia 23, para a TV Record, comentei o aumento nos preços da gasolina, fortemente responsável pelo aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA-15 -, anunciado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice, que mede a prévia da inflação oficial, registrou alta de preços de 0,58% em outubro, bem superior aos 0,09% de setembro. “Configura-se no maior resultado para um mês de outubro desde 2015 (0,66%)” – disse o Comunicado do IBGE.

A inflação dos transportes subiu de 0,21% na prévia de setembro para 1,65% na prévia de outubro, por causa principalmente da gasolina, que teve o maior impacto individual do IPCA-15 com um aumento de preços de 4,57%.

Impacto da Gasolina

O preço médio da gasolina para o consumidor está subindo ininterruptamente há nove semanas no Rio Grande do Sul, tendo passado de R$ 4,620, em 19 de agosto, para R$ 4,953, semana passada, de 14 a 20, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

Essa flutuação decorre de dois fatores: um conjuntural, efeito das eleições, que alimenta uma certa especulação, pela incerteza com o que vai sair das urnas.

Mas são os fatores estruturais os que mais estão impactando os preços dos combustíveis. Os do diesel, o governo conseguiu, em boa parte, segurar com subsídios, depois da greve dos caminhoneiros. Já os da gasolina seguiram a política de preços definida pela Petrobrás no início de agosto do ano passado, com aumentos quase que diários praticados por suas refinarias.

Desde então, os preços da gasolina subiram 44,8% nas refinarias; desse total, as distribuidoras repassaram para os postos aumentos de 40,4% e estes aumentaram os preços em 36,5% para os consumidores do Rio Grande do Sul e de 33,2% para os de Porto Alegre. Como se pode ver, dada a recessão, à queda do poder de compra do consumidor e ao menor consumo, tanto as distribuidoras, como sobretudo os postos não conseguiram repassar a totalidade dos aumentos praticados pela política de preços da petroleira.

Acresce que nesse mesmo período (a partir de 04 de julho do ano passado), o chamado preço pauta, arbitrado pelo governo do Estado para o ICMS que incide sobre a gasolina, aumentou 30,4%.

Aí está o resultado de uma política de dolarização equivocada: em 13 municípios do Estado, a começar por Bagé, o preço médio da gasolina custou, semana passada, mais de R$ 5 ao consumidor.

 

 

 

 

O IPCA-15 e o preço da gasolina

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.