14/02/2024 – O consumo nacional de combustíveis automotivos apresentou “nuances” importantes ano passado, de acordo com dados publicados pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

As vendas de gasolina, por exemplo, cresceram 6,9% relativamente a 2022, tendo sido comercializados 46,030 bilhões de litros. O número do ano passado tem relevância por se dar na comparação com uma base que foi muito ampliada: em 2022, as vendas tiveram aumento de 9,5%.

Lembrando que nos dois anos críticos da pandemia, o crescimento foi negativo: de -6,1%, em 2020 e de -0,5% em 2019.

E com o diesel? Deu-se o contrário. Crescimento nos últimos 5 anos, o que deve ser visto com destaque pelo impacto que o diesel tem não apenas na mobilidade urbana, mas, sobretudo, na matriz econômica do Brasil. Ano passado, as vendas de diesel cresceram 3,6%, contra uma expansão de 1,8%, entre 2022 e 2021.

A menor expansão das vendas se deu no GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), com um crescimento de apenas 0,6%, frente a 2022, mas não tão ruim quando comparado com o desempenho negativo de 0,8%, verificado entre 2022 e 2021.

Esses dados são relativos aos consumos de todas as embalagens do GLP. Considerando apenas as vendas dos recipientes de 13 quilos (também conhecido como gás de cozinha), disparadamente o mais consumido, houve uma queda de 1%, entre 2023 e 2022, pelo que sua participação no total das vendas de GLP caiu de 69,62%, em 2022, para 68,58, ano passado.   

O  melhor desempenho no ano passado foi contabilizado pelas vendas de etanol hidratado, vendido diretamente nas bombas de combustíveis dos Postos: aumento médio de 5,1%, depois de uma série de vendas negativas em 3 anos seguidos: de -8,6% entre 2022 e 2021, de -13,4% entre 2021 e 2020 e de -14,6% entre 2020 e 2019.

Maior consumo do biocombustível etanol, feito de cana de açúcar e de milho, em menor proporção, é uma boa notícia do ponto de vista do meio ambiente, quando, mundo afora, se discute a transição energética. Nela, as alternativas para a descarbonização dos motores veiculares são o maior desafio.

Novidades também no mercado do RS

Em 2023, as vendas de gasolina nos Postos de combustíveis gaúchos tiveram aumento de 6,2% frente a 2022 e de 1,8% no diesel. O resultado negativo foi registrado na comercialização de GLP, com queda de 1,4%.

O destaque ficou por conta das vendas de etanol hidratado: significativo aumento de 66,8%. O volume comercializado foi pequeno, cerca de 55 milhões de litros, sendo recorde nos últimos cinco anos. Se a escala for ampliada para 10 anos, os Postos do Estado já venderam volumes bem mais expressivos, como os 167,6 milhões de litros consumidos em 2015.

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Edson Silva, economista chefe da ES Petro, pós graduado em Economia do Petróleo pela Coppe/UFRJ e ex-Superintendente de Abastecimento da ANP (SAB), hoje SDL.

Panorama dos combustíveis em 2023, por Edson Silva

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